3.12.10

entei

Sexta-feira passada.
Jantar de fim de ano dos professores. 
Chance de sair, me arrumar... 
Não dá pra perder, né.

Coloquei um vestido bonitinho e elegante, um saltão daqueles, fiz maquiagem, pintei as unhas de vermelho. Tudo o que uma mocinha (cof) tem direito. Deixei o Zezinho ainda mais lheendo do que ja é - porque fazer inveja com filho é uma delícia. Tudo pronto e fomos pro jantar.

Aconteceu num clube daqui, muito gostoso. Foi no salão de festas. Próximo dali estava acontecendo um happy-hour à beira da piscina, mas a gente não tinha nada a ver com aquilo. No salão encontrei outras esposas, começamos a conversar - enquanto isso o marido foi cuidar do Zezinho. A gente sempre revesa, mas dessa vez eu emendei uma conversaiada e acabei adiando a minha vez para depois de comer. Jantei. Já tinha se passado bem mais de uma hora. Fui acudir o marido, coitado, pra ele aproveitar a festa.

Tiraram o maior sarro de mim, porque o Zezinho já tava no maior sono numa hora daquelas. Coloquei o menininho no carrinho, dei a mamadeira e achei que ele ia dormir. Só que depois de alimentado, ele recobrou as energias e resolveu passear de novo. Eu deixei, porque nem é sempre que ele vê crianças - mas eu sei que se eu tivesse insistido, ele dormiria.

Então comecei a seguir o rapazinho, que corria para todo lado. Ele ouviu crianças do lado de fora e foi até lá. Fui atrás. Ele decidiu zanzar na grama e eu atrás. Mas o salto não estava ajudando (salto e grama não combinam) e eu recuei até um local com piso e fiquei observando. 

Chegou um molequinho e começou a puxar conversa comigo.

- Qual seu nome? - pausa. - Onde você mora? - muito fofo o menino curioso.

E eu observando.

De repente, o Zezinho começa a correr em direção à piscina. Eu deixei o pobre menininho falando sozinho e saí correndo atrás do meu. Eu alcançaria com facilidade. Mas o salto. Ia encravando, me segurando, me atrasando. E eu me desesperei porque o Zezinho já estava quase chegando na piscina. Foi quando os dois saltos encravaram na grama de uma vez e eu caí feito uma jaca no piso de pedra ao redor da piscina.

Ouvi umas pessoas exclamando e levantei a cabeça, meio zonza. Vi meu bebê (nessas horas eles são nossos bebês) na borda da piscina e três pessoas correndo na minha direção. Ninguém deu bola para o menininho que estava prestes a mergulhar. E eu espatifada, só consegui gritar:

- Meu filhooooooo!!!!!!!!!!

Aí, um homem que estava vindo me acudir, compreendeu minha aflição e deu meia volta - agarrando o pequeno no último segundo. No susto, o Zezinho começou a chorar. Também foi nesse momento que eu vi o corte na minha mão (pequenininho, mas bem feio) e senti a dor no meu dedão do pé direito. Já de pé, catei o menino no colo e comecei a ir na direção do salão. As mulheres à minha volta (meros borrões) eram do happy-hour e não sabiam quem era o marido. Uma delas foi correndo chamá-lo e as outras conseguiram me convencer a entregar o Zezinho e me conduziram a uma cadeira que tinha ali perto.

Eu perguntei pelo Zezinho umas 15 vezes. Estava bem, brincando com uma moça. Aí, o marido chegou e eu mandei ele buscar o Zezinho. Não lembro se ele foi. Porque nessa hora minha vista já estava turva há algum tempo e eu não estava conseguindo raciocinar direito. Eu falava meio arrastado, comecei a dizer que não estava passando bem. Ouvi uma das mulheres perguntando pro maridón o que eu tinha bebido. Ele disse que nada. Então, ela falou no meu ouvido:
- Pode confiar em mim... O que você bebeu?

- Nada. Eu juro. - ou seja, bêbada feelings.

Não sei se ela acreditou (era uma moça meio doida, pra falar a verdade - acho que ela é que estava bêbada). De repente, entendi. A minha pressão tinha caído!!! Comecei a pedir água, avisei que era pressão baixa. Coloquei a cabeça no meio das pernas, bebi água e a visão começou a voltar. Meu cérebro começou a funcionar de novo!

Já tinham chamado uma ambulância, mas eu só queria ir pra casa. E pra convencer esse pessoal de que eu já estava bem? Já tinham limpado meus ferimentos (dois joelhos ralado e um corte na base da mão direita), a pressão já tinha voltado ao normal. Eu queria colocar o Zezinho no berço e descansar. Por fim, consegui convencê-los.

Só quando comecei a ir pro carro que eu senti alguma dor no tornozelo esquerdo. E, quando cheguei em casa, percebi que ele doía tanto que eu não conseguia andar. Fui no dia seguinte num pronto atendimento ortopédico e descobri que meu pé que doía mais estava só torcido, mas meu dedão do pé direito tinha uma fraturinha (bem pequena).

Saldo final: o pé direito enfaixado por três fucking semanas e a impossibilidade de dirigir durante esse período.

Mas Entei já me abraçou.

Amanhã conto mais.



Entei é um Pokémon. Quando ele aparece, é porque "tá tudo bem agora". Leiam mais explicações aqui (vale a pena).

3 comentários:

Re disse...

Lembre-se de sempre carregar um par de havaianas ou alguma rasteirinha... hehe

Anônimo disse...

Tha,

Sua mãe tinha me contado sobre seu pé, até ai, era uma história de ...Nossa!!, ...Como?? ...Coitada!!

Mas vindo de voce, vira realmente pastelão das boas!

Beijão!

M.A.B.

Anônimo disse...

De agora em diante, desce do salto menina!
Bjos, mamys.