21.5.12

pandemic e puerto rico

Bom, chegamos aos meus favoritos, ambos importados.

Começarei pelo Pandemic. Desde que li sobre ele pela primeira vez, fiquei doidinha para tê-lo. Foi meu primeiro pedido (sim, a maioria dos meus jogos foi presente)! E, não se engane, o tabuleiro pode dar essa impressão, mas ele nada tem a ver com War. Seguindo, na realidade, o caminho oposto, Panemic é um jogo cooperativo - são todos os jogadores unidos contra o tabuleiro. 

Pandemic (Pegasus Spiele)
 O pano de fundo é o surgimento de 4 epidemias pelo mundo e todos devem assumir a responsabilidade de exterminar essas doenças, antes que elas exterminem o planeta. Cada jogador terá uma habilidade específica, concedida pela profissão que irá assumir ao longo da partida. Se todos pensarem em conjunto e utilizarem bem suas habilidades, a chance de vencer aumentará. O jogo ainda possibilita níveis de dificuldade, de maneira que poderemos deixá-lo mais difícil em novas partidas, conforme formos pegando o jeito dele.

Pandemic (Pegasus Spiele)
 A mecânica é bastante simples e de rápida assimilação. Com pouco tempo de explicação, já se entende tudo e pode-se partir para a ação. O dinamismo e o frio na barriga ficam por conta das cartas de infecção, que podem desencadear um 'outbreak' (espalha a doença para as cidades vizinhas), e por conta das cartas de epidemia, que estão posicionadas para surgirem numa frequência previamente selecionada (a depender da dificuldade do jogo) e aumentam a taxa de infecção e o número de cidades infectadas a cada jogada.

Assim como o Pandemic, o Puerto Rico era um dos meus maiores sonhos de consumo lúdicos, e este igualmente atendeu a todas as minhas expectativas! Apesar de ter sido nomeado sem ter ganhado o Spiel des Jahres em seu ano (2002), Puerto Rico é um dos mais aclamados jogos de tabuleiro do mundo. Permaneceu no topo dos rankings mundiais durante anos, estando hoje em terceiro lugar num dos rankings mais visualizados dentro do mundo virtual lúdico.   

Puerto Rico (Rio Grande Games) - edição de aniversário
 Entretanto, ao contrário do Pandemic, Puerto Rico não é um jogo simples e leva algum tempo para se explicar as regras a todos os jogadores. Isso não significa que seja difícil compreendê-las, apenas que existe muita informação inicial a ser absorvida. Apesar disso, a mecânica chega a ser intuitiva depois da explicação, assim como os detalhes de cada tipo de ação e construção que permeiam o jogo. Ao térmico da primeira partida, todos já terão compreendido bem os movimentos, e provavelmente irão para casa pensando em qual será uma boa estratégia para ganhar o jogo no próximo encontro. 

Puerto Rico (Rio Grande Games) - edição de aniversário
Meu pai foi iniciado no mundo dos jogos com Dixit, após alguns meses de relutância e preconceito. Ele gostou tanto que decidiu por si só comprar duas expansões para o jogo. Depois, não foi difícil para o meu irmão apresentar a ele o Carcassone. Ainda assim, para manter a sua fama de mau, meu pai fez um certo charminho antes de aceitar jogar Puerto Rico no último feriado. Porém, como eu já esperava, o resultado só pôde ser um: ele adorou o jogo e na noite seguinte pediu por uma nova partida (que ele ganhou, por sinal). Na verdade, toda a família se assustou quando percebeu que eu e meu irmão precisamos ficar algumas horas sentados lendo as regras antes de poder assimilá-las e poder explicá-las ao resto da família. Entretanto, depois de jogar, todos gostaram muito do jogo. 

Puerto Rico (Rio Grande Games) - edição de aniversário
 Eu, particularmente, o julgo o melhor dentre todos os jogos que eu tenho no momento. A sorte ('acaso' acredito que seja um termo mais adequado) quase não influencia, apesar de a sua estratégia depender muito do que acontece com os outros jogadores. Pois cada jogador é o responsável por uma cidade, onde será necessário desenvolver a agricultura, as produções de mercadoria, trazer novos colonizadores para tocar as plantações e fábricas, desenvolver o comércio e a exportação. Se alguém decidir comprar a construção que você quer, você vai ter que se virar para criar uma nova estratégia, o mesmo acontece quando acabam os recursos antes de você conseguir produzi-los, ou quando alguém pega a plantação que você queria, etc. O importante é você conseguir fazer um planejamento flexível o bastante para superar a interferência dos seus vizinhos.

Ambos os jogos estão, como afirmado no início do post, no topo do meu ranking pessoal. Catan os segue de perto, seguido por Interpol, Dixit e Rummikub. E agora só me falta testar o Recicle!

14.5.12

dixit e stone age

Ok, ok... eu não vou mandar você comprar nada para seu sobrinho. Na verdade, as postagens anteriores eram só um pretexto para eu falar um pouquinho dos jogos que eu tenho, hihihi.

Até agora, falei de (quase) todos os nacionais que temos na família. Mas ainda faltam os importados.

Stone Age é um jogo bastante estratégico, com um grau menor de interação entre os jogadores, um pouquinho mais 'sério', mas nem por isso pior ou mais chato. É muito gostoso jogá-lo e faz sucesso lá em casa. Sem falar no material e na arte gráfica que é uma coisa linda de morrer. No jogo, cada jogador é o chefe de uma aldeia e temos que investir em construções, trabalhadores, ferramentas e etc, para podermos prosperar e vencer a partida. Não é tão fácil como parece, pois o ideal é tentar se especializar em um ramo dentre os citados anteriormente, para conseguir juntar mais pontos. O problema é conseguir manter o foco e não ser atrapalhado pela estratégia ou perspicácia do seu coleguinha, que pode acabar comprando a construção dos seus sonhos, mesmo sem poder usá-la, só para impedir você de consegui-la. O jogo é um pouco mais demorado, e também é um pouco mais complicado de se aprender. Ainda assim, ao término da primeira partida já é possível pegar o jeito e entender. Além disso, mesmo com o correr das horas, ele mantém a sua empolgação acesa do início ao fim.

Stone Age (Hans im Glück)

Dixit é basicamente o contrário. É um jogo de cartas extreeeemamente simples, cujas cartas possuem nada mais além de belíssimas ilustrações - uma mais surreal/estranha do que a outra, diga-se de passagem. Como já dito, a arte gráfica do jogo é linda, mas é linda MESMO. E a mecânica é a seguinte: cada jogador recebe um número x de cartas e um deles (chamado narrador) vai escolher uma de suas cartas para descrever. Depois de descrever, cada outro jogador entregará ao narrador uma de suas cartas, tentando ao máximo se aproximar da descrição feita. O narrador embaralhará as cartas e só então mostrará as cartas que lhe foram entregues pelos jogadores, juntamente com a sua. Então, todos votam em qual acreditam ser a carta do narrador. O narrador não pode descrever muito bem, nem pode viajar muito na maionese, porque ele só ganhará pontos se alguém descobrir qual a sua carta, mas não ganhará nada se todos descobrirem. A cada rodada, um jogador será o narrador. Agora, imagine uma turma relativamente grande, regada no álcool, tentando descrever meio que abstratamente suas cartas, tentando entregar ao narrador alguma carta que possa fazer sentido com a descrição (muitas vezes não encontrando nenhuma em sua mão) e tentando adivinhar dentre as cartas abertas na mesa, qual é a do narrador. Bem, já adianto que sai muita risada. Esse é basicamente o melhor jogo festivo que eu já vi (jogo festivo é isso aí mesmo, um jogo simples, dinâmico e bem engraçado). O único defeito dele: depois que eu o apresento, ninguém quer jogar mais nada... "Ei, quando vamos na sua casa jogar Dixit?"

Dixit (Libellud)
Ah, já ia esquecendo: o Dixit ganhou o Sipel des Jahres em 2010.

7.5.12

banco imobiliário, monopoly deal, coloretto, carcassonne

Então seu outro sobrinho vai fazer aniversário. Mas, meu Deus!, ele já tem o War!!!! E agora???!!!! Você ainda não se convenceu das dicas que eu dei antes, e está desesperado! Instintivamente, uma luz se alumia na sua cabecinha oca: "Já sei! Vou dar um Banco Imobiliário!!"

Está bem, eu não vou dizer que eu não gosto de Banco Imobiliário, nem vou dizer que eu não tenho mais vontade de jogá-lo. Não sou mentirosa. Mas vamos combinar? O que eu tenho é mais um saudosismo gigante, por ser o meu primeiro jogo de tabuleiro. Banco Imobiliário, lançado há milênios pela Estrela, é a tradução do Monopoly, jogo da Hasbro mundialmente famoso. A Hasbro veio agora para o Brasil e está vendendo o original Monopoly (claro, em português) e eu sugiro que, se você não for me ouvir de novo, pelo menos compra o da Hasbro, pois a chance de você se deparar com uma maior qualidade dos materiais é bem maior. E o jogo é aquilo que estamos todos carecas de saber: basicamente um jogo de corrida pelo tabuleiro, com o diferencial de haver a compra das propriedades e pagamento de aluguéis no meio do trajeto. Eu gosto, mesmo chegando um ponto em que ele passa a ficar enfadonho por ser longo e repetitivo.

Monopoly (Hasbro)
Ainda assim, eu sugiro que você se aventure em coisas novas, diferentes e, muitas vezes, bem mais legais. Porém, se você ainda não quer sair muito da sua zona de conforto, então vai lá e compra o Monopoly Deal para o guri. É o mesmo que o Monopoly, mas não tem tabuleiro, nem dados/roletas, nem casinhas, são só cartas. Isso deixou o jogo mais dinâmico e mais curto. E, por ser um jogo de cartas, é muito barato! Só dez reais! E o melhor: ele mantém toda a parte mais legal do jogo, que é a compra de terrenos e os aluguéis, apenas a parte chata é o que foi pro saco.

Monopoly Deal (Hasbro)
Tá, aí você vem e diz: mas vou dar um presente de dez reais? Então, tá. Adiciona no pacote: Coloretto, da Grow. Outro jogo de cartas, quinze reais, super gostoso de jogar, bem dinâmico. É um jogo muito simples: o baralho é composto apenas por cores; cada jogador vai juntando cartas na mesa, tentando ao máximo se especializar em poucas cores - pois muitas cores diferentes diminui os pontos, enquanto muitas cartas da mesma cor aumenta os pontos. É muito bom, principalmente para jogar quando estamos esperando dar a hora de fazer alguma outra coisa, pq cada partida dura apenas uns 10 minutos. E, se ainda achar mauito barato, bota no pacote um Uno e um Clue: Suspeitos, ambos jogos de cartas também, que vai ficar supimpa. /tenhosessentaanos

Coloretto (Grow)

Agora, deixa eu arriscar aqui. Está para sair, pela Grow, o Carcassonne aqui no Brasil, com o título Domínio de Carcassonne (deviam estar bêbados!). E é um belo jogo. Mundialmente consagrado, ganhou o Spiel des Jahres em 2001, tem regras super simples, mas com alto grau estratégico. É quase como um dominó, só que mais tenso, rs. O tabuleiro modular é formado por quadradinhos. Mas o jogo começa com uma peça na mesa apenas e cada jogador vai virando e posicionando uma nova peça retirada do montinho de quadrados. Além do tabuleiro, você também recebe seus homenzinhos, que irão demarcar quais são seus territórios conforme o jogo vai se desenrolando. Você precisa posicionar a peça que você tirou do monte, de modo a favorecer seus territórios ou desfavorecer os alheios.

Carcassonne (em breve pela Grow)

Se é para sugerir, dentre os quatro, eu sugiro o Carcassone. Espera ele ser lançado e não vai se arrepender. Mas os outros dois de cartas são bem bacanas também.

1.5.12

war, catan, rummikub, interpol

Então, seu sobrinho vai fazer aniversário e você decidiu dar um jogo para ele. Aí, pensa em War, ou qualquer outro daqueles tradicionais básicos... E eu te digo, deixa disso! Compra um jogo muito mais divertido, pelo mesmo preço (dependendo do lugar, até mais barato), e aproveita e compra dois, porque você também vai acabar querendo um pra você, caso se aventure a jogar com seu sobrinho...

War é aquele jogo demorado, que praticamente todo mundo já jogou um dia. Aquele jogo de conquista de território, com exércitos e dados. Aquele jogo que sempre alguém tá foda e alguém tá fodido (me desculpe pelo linguajar, mas não penso em nada mais apropriado). E o segundo só quer que a droga da partida acabe logo, porque chega um momento em que aquilo vira tortura. E eu penso: por que as pessoas continuam comprando isso, se existe coisa muito melhor no mercado?

War (Grow)

A Grow lançou o Colonizadores de Catan. Tem em qualquer loja de brinquedos, costuma ficar do lado do War na prateleira, o preço é o mesmo. Mas pra quê comprar um jogo que é novidade, se eu posso comprar aquele que todo mundo está careca de conhecer, né? Pois bem, eu digo agora: compre Catan!!!!

Colonizadores de Catan é muito fácil de aprender, é lindo, as peças são muito bem feitas. Foi vencedor do Spiel des Jahres (um prêmio bem importante no exterior) em 1995, além de outros vários prêmios, e é um dos jogos mais conceituados mundialmente. Trata-se do seguinte: cada pessoa controla uma 'civilização', com suas aldeias, cidades e estradas. O tabuleiro é modular (significando que ele não é fixo e pode ser variado a cada partida), composto por hexágonos que correspondem a terrenos de produção (lã, minério, trigo, tijolo, madeira) e cada terreno recebe um número. Os jogadores distribuem suas primeiras aldeias e estradas nas conjunções desses terrenos e a cada vez que o dado for rolado, cada jogador que tiver aldeia ou cidade margeando o terreno cujo número sair no dado, receberá a matéria prima correspondente ao tal terreno. Existem negociações entre jogadores, compra de cartinhas que possibilitam ações diferentes, existe um ladrão que é movimentado toda vez que alguém tira 7 nos dados. Ou seja, é um jogo bastante dinâmico, com uma dose estratégica e outra de sorte, que não deixa nenhum jogador de saco cheio mesmo quando está perdendo, que proporciona suas risadas... Enfim,  é um jogo que não tem como errar. Eu duvido que seu sobrinho não vá gostar - inclusive, a chance de ele gostar mais do que de War é gigantesca. E se for sobrinha, pode ficar sossegado que o jogo é unissex (hã?).

Colonizadores de Catan (Grow)
Ah, você gosta de baralho? Sim? Então aproveita que está na loja comprando dois Catans e compra pra você também o Rummikub, que deve estar logo ao lado mesmo. Ok, ele não é feito com baralho, e sim com peças lindas que quase parecem de dominó, mas a mecânica é muito similar à de jogos de baralho. E, sério, é uma delícia para se jogar tomando uma cerveja (e olha que eu nem bebo cerveja), num churrasco qualquer. É bem divertido, porque ele tem uma peculiaridade: os jogos que você vai fazendo e baixando na mesa não são exatamente seus, são de todos. E aí qualquer jogador pode interferir e modificá-los. Traz boas risadas quando um dos jogadores se levanta e avisa: pera aí que eu vou fazer umas mudanças. Segura a respiração, porque a mesa provavelmente vai virar de ponta-cabeça! É delicioso. Faz a gente pensar, mas de uma maneira bem leve e descontraída! Também ganhou o Spiel des Jahres, mas em 1980.

Rummikub (Grow)

Ok, ok. Você não é do tipo que se arrisca em novidades, gosta de ficar lá travado no passado. Mas segura a peruca porque ainda não é motivo para comprar o War para o sobrinho! Quer um jogo bom e que está faz tempo no mercado? Então vai de Interpol (também está ali pertinho, afinal são todos jogos da Grow), mais um jogo a ganhar o Spiel des Jahres, em 1983. Imagina só: um dos jogadores é o Mister X, procurado pela Interpol, e os outros são os investigadores que estão em seu encalço. O tabuleiro é o mapa de Londres e o Mister X tentará a todo custo fugir, enquanto os investigadores usarão todos os seus recursos para alcançá-lo a tempo! Enquanto os investigadores quebram a cabeça em conjunto, sem saber onde diabos esse fugitivo está agora, o Mister X está com o coração pulando, ao perceber que alguém passou pelo ponto de ônibus mais próximo e por um triz não tomou o rumo do lugar onde ele estava!

Interpol (Grow)

Não te convenci? Você quer porque quer comprar a droga do War para o seu (pobre) sobrinho? Então, pelo menos, espera mais alguns meses, pois a Grow vai lançar o War - Batalhas Mitológicas, e parece que vai ter alguma possibilidade de melhora na mecânica.