1.12.08

games review

Eu sei. Que tem gente doida pra saber do feijãozinho-zezinho-laranja, mas agora eu vim postar aqui sobre outra coisa. Quem não gosta de jogos de aventura (The Dig, Monkey Island, Day of The Tentacle, Indiana Jones - Atlantis, etc), pode já ir fechando essa janelinha, pois vou falar de Trapped. (Mas não fecha não, esse jogo é tão legal!)

Sim, sim. Já dediquei posts ao Trapped e ao Rabbit Tell antes. Mas agora eles roubaram minha atenção novamente - como se eu ficasse mais de uma semana sem prestar atenção neles. Ok, enfim. O caso é que a terceira parte de Trapped foi lançada HOJE!!!! Seu nome: The Labyrinth.

Tenho orgulho e prazer em dizer que fui tester novamente. E espero não ter decepcionado quanto a isso. Aliás, adoraria ser convidada uma quarta vez (sintam o cheiro do pedido descarado). Opa, estou perdendo a compostura, deixe-me recompor. Pronto. Agora, estou aqui para falar sobre essa nova parte do jogo e recomendá-lo inteiro àqueles que ainda resistiram em conhecê-lo. Duvido que alguém se arrependa de seguir essa minha recomendação.

Tá bom, chega de blablablá.

Numa visão geral, Trapped é um jogo fantástico, o melhor jogo online disponível até o momento, praticamente empatado com Matt Sandorf, dos mesmos criadores. Pareço apenas uma puxa-saco, mas os jogos são bons mesmo, e não há nada que eu possa fazer quanto a isso. Mas acho que nessa tecla eu já bati demais, então vou passar para a terceira e última parte do jogo. Muito do que eu vou falar aqui, os criadores Rodrigo Roesler e Bruno Maestrini ainda não ouviram de mim, mesmo no meu 'relatório oficial' de tester - mas isso se deve ao simples fato de que depois de feito o relatório eu joguei outras duas vezes, e também matutei muito sobre várias coisas desde então.

The Labyrinth pode ser chocante e até frustrante nos primeiros 5 segundos. O jogo começa e a gente pergunta: "Ué, cade o Trapped??". Visual novo é dizer pouco. Tudo novo. Dos gráficos ao mecanismo de jogo, TUDO. Cinco segundos depois, alí está a personalidade ácida do David Green/Renato Marinho
e 'tá lá o corpo estendido no chão', alí está o poço dos desejos (uma das melhores coisas de The Dark), a intrigante estátua do coelho, o fofíssimo Mr. Bubbles/Bolota, o simpático sapo ressucitado, as moscas no buraco... Tudo exatamente onde deveria estar. E aí, a gente (eu, pelo menos) esquece que tá tudo diferente, porque na verdade, tá tudo igual. Ufa!

Fora a quebra/choque ocasionados pelos novos gráficos e ilustrações e pelo novo mecanismo, acredito que o jogo teve muito a ganhar com todas essas mudanças. Pensando friamente, depois que a melancolia e o saudosismo passam, é preciso dar o braço a torcer para o fato de que os desenhos estão lindos e que o recurso da tela cheia é simplesmente SENSACIONAL (apesar de que eu acho que ainda será preciso lapidar os graficos um pouquinho mais para que o jogo fique mais 'único' e menos parecido com outros que já figuram pela internet). Poder combinar itens do inventário também dá mais margens para novos puzzles e os diálogos interativos é uma coisa que não tem preço. Além disso, ver a boquinha do David/Renato mexendo quase indefinidamente ao falar, por mais que a frase seja apenas "I killed him", é simpático demais! Inclusive, o David/Renato como um todo me pareceu mais 'vivo' com sua nova cara.

Mas por mais que eu tenha gostado dessa terceira parte, tenho para mim que ela não supera o magistral The Dark. Meu preferido. E aí, eu fiquei tentando entender quais eram os motivos disso. A primeira conclusão que cheguei foi de que The Dark tem um coisa que nenhum dos outros jogos tem com tanta força, apenas Matt Sanforf quase se iguala: ele tem 'duas fases'. E no The Dark isso é tão evidente que fica ainda mais legal, porque é quase como se fossem dois jogos seguidos. A gente resolve um monte de paradinhas e aí meio que começa uma nova fase do jogo, onde até o cenário está diferente. Isso é bem revigorante, faz com que o jogo se torne mais dinâmico e a gente nem sente o tempo passar enquanto joga.

Porém, acho que no fim, isso é um dos motivos para o The Dark ser o melhor de todos, mas não é o motivo que faz com que The Labyrinth não o seja. Compliquei nessa, né. Quero dizer que The Labyrinth poderia ser o melhor de todos, apesar de não ter essa característica das 'duas fases'. Acho que um dos pontos primordiais para a terceira não ser a melhor parte, é o fato de ela ser a última, significando muitas explicações para dar. Outra coisa que se sente alguma falta é de um pouco mais humor negro ao longo do jogo. The Labyrinth está mais obscuro e textual que os outros dois, o que o torna um pouco mais denso, pesado, e acho que algumas piadinhas a mais poderiam ter aliviado um pouco a tensão. Também li um comentário, que um fã deixou no site da Rabbit Tell, falando sobre a falta de mais puzzles da metade para o final do jogo e acho que, realmente, um ou dois puzzles a mais poderiam ter dado mais dinâmica ao jogo (pois a partir de certo momento, ele se torna bem mais fácil do que as outras duas partes - apesar de eu ter me atrapalhado mais nessa parte do que nos outras duas...).

Em contrapartida, achei os textos (das charadas que existem ao longo do jogo) inteligentes e muito bem escritos. Eles são até bonitos de se ler. Também o uso de chaves
somado à leitura do Mapa como o modo de construir o labirinto, é absolutamente genial. Além disso, existem alguns puzzles muito bons, como um que gira em torno de... um cocô, e do que se utiliza da fome do sapo. Aliás, gostei muito das respostas do David/Renato quando a gente usava as coisas de maneira errada - digamos que eram bem a cara dele, rsrs.

Por fim, ainda existe um fator que faz com que quarquer defeito que The Labyrinth possa ter se desintegre em praticamente nada. É uma surpresa que, dizem eles, é só para jogadores dedicados. Essa surpresa é tão desconcertante e fantástica, que nem sei. É algo simplesmente genial! E eu sou da opnião que não se deve procurar por ela na primeira vez que se joga The Labyrinth, pois é muito legal ver o que acontece graças à surpresa, já sabendo o que acontece sem a surpresa.

Aconselho a todos que esqueçam que são adultos e comecem a jogar Trapped imediatamente.
O que você está esperando? Corre, meu filho!



Ah, quase esqueço de dizer. Eles já anunciaram o nome do próximo jogo:
The Cape of Storms. Deverá ser lançado em Fevereiro de 2009. Já temos pelo que esperar ansiosamente!

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