22.5.08

a peninha, parte 1

Nos últimos dois dias, tive que lidar bastante com duendes. E me parece que assim continuará por mais uns dias. Três dias atrás, o Subchefe* veio me mostrar uma mensagem enviada pelos duendes do Suporte.

Comecemos do começo.

Eu tenho uma pena. Não é mágica como a outra, e nem era de fato minha. Ela era de todos os piratas, mas ela ficava aqui comigo, sob minha tutela. Eu gostava dessa pena, ela era pequena e simpática. Um dia, ela decidiu que não deixaria mais eu pegá-la. Toda vez que eu precisava usar a peninha, ela corria e corria. E corria. E eu tinha que me virar com aos outras penas dos piratas.

Foi tão do nada quanto quando ela resolveu fugir de mim, que um dia ela parou de fugir. Acho que ela cansou, coitadinha. Só que ela ficou tão cansada de correr, que quando eu pegava ela, ela escrevia e desenhava muito devagarinho. O Chefia começou a ficar irritado com ela e, por sorte, chegou uma pena pro Subchefe, uma pena que estava com os duendes, mas que eles estavam devolvendo porque ela já estava curada. Aí, todos começamos a usar a pena do Subchefe.

Só que eu ficava com dó da minha peninha. Ela estava tão deixada de lado, parecia que ela estava meio tristinha até. Então eu continuei, eventualmente, a usá-la. Acho que ela ficou mesmo muito magoada, porque certo dia ela simplesmente resolveu que não ia mais escrever nem desenhar nada. Eu pegava ela, mas dela nada mais saía.

- Ela deve estar com sede - diziam.

Então eu dei a ela de beber. Mas de nada adiantou. Ela não escrevia. Ela até começava, mas nunca terminava uma página sequer. Foi quando eu pensei que não deveria ser má vontade dela. Ela estava doente.

Desesperada, mandei uma mensagem aos duendes do Suporte:

- URGENTE!!! Ajudem a minha pena!

Então, mandaram alguém buscá-la. Era o duende de sempre. Cheguei a brincar:

- Quer ver que só porque você está aqui, ela vai escrever direitinho?! - disse eu.

- É sempre assim, como os unicórnios. Sempre que a gente quer mostrar que eles estão empacando, eles resolvem galopar.

Mas a peninha não escreveu. E o duende teve que levá-la. E eu sabia que ia ter que ficar muito tempo sem vê-la novamente. Porque é sempre assim quando os duendes os levam (mas também, imagine ser um duende e ter que cuidar de todas as penas, entre outras coisas, de todos os piratas...).

Isso já faz muitos e muitos dias. Então, três dias atrás o Subchefe recebeu um parecer dos duendes, e me mostrou:

"PROBLEMA: escreve normal no começo, começa a falhar no final.
SOLUÇÃO: Desidratação. Ela diz que não tem sede, mas está confusa, está com sede e por isso não aguenta escrever uma folha inteira. Dar de beber a ela resolve o problema".

Aí eu lembrei que eu dei de beber a ela. Eu sei que dei. Então o Subchefe me falou:

- Avise-os.

Avisei. Uma mensagem aos duendes explicando tudo. Mas agora preciso esperar a resposta deles.




* Lembra que ele tava com uns problemas aqui no trabalho? Acabaram! Fiquei muito feliz por isso!!!

Um comentário:

Monica Asperti Brandao disse...

Mas que imaginação!...