23.5.11

racismo?

Outro dia o maridão veio me contar uma história que aconteceu com ele e vou tentar reproduzir abaixo o mais próximo que eu conseguir das palavras que ele usou. Ele tinha acabado de chegar da universidade, após ter dado uma aula noturna:

- Nossa, aconteceu uma coisa muito estranha hoje. Eu estava saindo agora pouco da universidade e quando estava entrando na rotatória (ainda dentro da universidade), um homem mais velho que eu começou a atravessar a rua. Quando eu vi o homem, eu parei o carro, mas não foi uma freada brusca e nem quase atropelei o cara. Apenas vi ele surgindo e parei, a alguns metros dele até. Só que quando eu parei o carro, o homem parou no meio da rua e ficou olhando para mim. E eu fiquei olhando para ele. Ele ficou olhando sério para mim (maridão tentou imitar nessa hora, fazendo uma cara séria, meio de indignado) e depois terminou de atravessar a rua e começou a vir na direção do carro. Eu recomecei a andar com o carro, mas fui devagar porque vi que ele estava vindo na minha direção. Então, eu encostei e baixei o vidro. Aí o homem começou a falar muito bravo comigo, que eu era um louco de estar correndo daquele jeito dentro da universidade, que eu estava querendo matar alguém. Falou que "só porque você tem esse carro, você acha que pode fazer isso com pessoas mais pobres; só porque eu sou negro!".

Eu comecei a rir nesse ponto, porque achei muito non sense o que o maridão estava me contando!

- Mas ele era como? Ele estava mal vestido? Quão velho ele era? - perguntei.

- Ah, não sei. Por ser negro, talvez ele aparente ser mais novo do que é, mas acho que tinha uns 35 anos. E não estava mal vestido, usava camisa e calça, normal! Só que eu acho que eu não estava correndo, podia não estar muito devagar, mas nem tem como correr muito porque tem um 'pare' logo antes da rotatória. E outra, ele que atravessou a rua no meio da rotatória! Eu nunca vi ninguém fazer isso, acho que o errado era ele... Mas eu não queria brigar, então fiquei quieto, pedi desculpas e fui embora. E ele ainda gritou mais um pouco, que um dia eu ia acabar matando alguém e iria para o inferno...

Na hora que ouvi a história, achei muito bizarra. Note que o meu marido é tão racista que ele simplesmente se esqueceu de mencionar que o cara era negro no início da história - de tão relevante que é essa informação para ele. Além disso, se houvesse mesmo preconceito da parte do meu marido, ele não teria encostado o carro e aberto a janela para conversar com o homem - principalmente depois de ter levado uma olhada carrancuda dele!

Entretanto, fiquei pensando no tanto de preconceito que esse cara já sofreu para ter dado um piti desses tão do nada...

7 comentários:

Juliana disse...

Mto estranho hein,essa pessoa deve estar um tanto traumatizada com humilhações preconceituosas. Mudando totalmente de assunto... adorei as fotos dos esmaltes, e tbm da sua coleção de esmaltes! agora já deve ter passado de 62 hein? Qnd haverá novas fotos? Bjs

tha disse...

Ju, é vc? Até dói de saudade...

Novas fotos vou postar depois de amanhã. :)

Lucas disse...

Eh a Ju minha namorada... :P

Juliana disse...

É a sua cunhadinha... Bjs

Anônimo disse...

Muito interessante, mas pelo maridão.
Só mesmo ele, abriria o vidro do carro, ouviria um monte de abobrinhas, sorriria, pediria desculpas, e por fim, contaria a todos como uma "história que aconteceu comigo".
Um abração no maridão, porque ele merece!

Beijão!

MAB

tha disse...

Eita, nem desconfiei! hahahahaha

Minha amiga 'sempre' (raramente) comenta aqui e vc nunca tinha comentado, achei que era ela, hehehehe.

Tia, ele é bem assim mesmo!!!

Mara Grace disse...

Pois parabens para o Bruno, so mesmo ele p abrir a janela do carro, no inicio da historia fiquei com medo do cara (principalmente depois do que aconteceu na USP), independentemente da cor dele!

Bjos, mamys.