8.2.08

nina

Quem sabe, sabe. Que eu tenho uma Nina. E que ela não é um mascote normal. Ela já foi normal, mas também já foi bem pior do que é hoje. Ela era bem meiga e brincalhona. Ela ainda é bem meiga e brincalhona, mas agora ela também é stressada. Assim, bastante. Teve uma época que era bastante MESMO. Tipo, mordia sem medo de ser feliz.

A história dela é assim.

Quando disquitei da amiga que dividia apartamento comigo, eu e o marido não estávamos juntos. A gente se amava, mas naquela época não estava sendo possível ficar junto. E isso me doía absurdamente. E, com o disquite, acabei me encontrando muito sozinha. Quer dizer, ela estava sempre por perto, sem contar ela e a Frô, mas quando eu chegava em casa de noite, era muito triste e solitário.

Nas férias, fui visitar minha Vó Simpática e o Vô Pira, e meus pais se doíam de me ver jururu. Aí, me compraram uma Nina pra me fazer companhia. A Nina foi a melhor coisa que podia ter me acontecido. De repente, era gostoso chegar em casa. E ela era (é) muito fofa.

Cerca de dois anos se passaram antes que ela começasse a mostrar sua personalidade... marcante. Começou porque ela estava acostumada a passar o dia sozinha, ou seja, dormindo. E aí, quando eu ia pro sítio nos finais de semana, ela ficava muito cansada e acabava se irritando com facilidade. Meu pai e meu irmão começaram a achar graça nisso, e começaram a provocar ela, pra ver ela bravinha. Eles cutucavam ela com o pé várias e várias vezes, até ela se descontrolar e morder um deles. O pé, que era a maior paixão dela, acabou virando seu inimigo número 1.

Com o tempo, a coisa foi se agravando. Nos finais de semana, ela já se stressava com facilidade, não gostava de ser incomodada quando no colo alheio, não gostava de ser incomodada quando na própria casinha, odiava pés. E começou a avançar com mais frequência.

O marido se mudou pro meu apartamento, um ou dois meses depois nós nos mudamos para a minha atual moradia, um mês depois nos casamos (ela ficou uma semana com a minha mãe), e logo em seguida vieram Natal, Ano Novo e férias na praia. Foi muita mudança de uma vez e em Janeiro de 2007 ela explodiu. Ela avançava praticamente só de olhar pra ela. E demorou pro meu pai entender que ele tinha uma parcela de culpa naquilo, que quanto mais ele provocasse, pior ela ia ficar. E ela ficou insuportável. E eu chorava sempre que ela mordia alguém, e me doía sempre que alguém falava que ela estava ficando louca, que ela era brava e tal. E eu me sentia muito mal, porque na verdade a culpa era quase totalmente minha. Porque ela nunca foi brava.

Então, eu e o marido começamos a tentar acalmá-la. Mostramos que não era nenhuma ameaça fazer carinho nela quando ela estivesse no colo de outra pessoa, mostramos que chegar por trás de alguém também não era ameaça. E consegui que ninguém mais ficasse provocando ela. E foi muito difícil, mas ela foi melhorando. Hoje ela voltou a gostar de pés! Só que ela ainda stressa de fim de semana, e a fama dela continua péssima.

Assim, tudo isso, de morder e avançar, ela só faz com gente conhecida. Visitas, crianças e pessoas estranhas são sempre tratadas com muito carinho pela Nina. Ela a-do-ra. Nunca mordeu ou rosnou para um desconhecido. Nunca avançou numa visita, só nela (mas porque ela não é mais visita, é da família).

Aí, no Carnaval, eu estava na casa da sogra assistindo TV e estava passando um programa, tipo um Super Nanny de cachorro. E, meu, eu queria trazer aquela mulher pra casa. O máximo. E aí, ela ensinou uns truques para fazer um cachorro respeitar uma regra quando ele não respeita mais o dono, e para ele passar a confiar nas pessoas e parar de avançar. E aí que eu vou tentar. E estou tão animada! Estou com muita esperança de que a minha Nina volte a ser apenas meiga e brincalhona.

Torçam por mim.

4 comentários:

josiviana disse...

eita thalita!! seu blog é muito divertido! vou te add nos meus favoritos, tá?

estou adorando escrever, é bom demais!
obrigada

beijão

Anônimo disse...

menina, boa sorte!
(mas eu adorei ser incluida nas 'mordidas familiares'!)
beijos pras duas!

Anônimo disse...

É Tha... vc conseguiu o que eu estou tentando... meus pais não entendem que o cachorro deve ser educado, para não ficar uma peste. E o Calvin que era obediente, já está ficando um chatinho! Já vi esse programa, e é excelente!! Tb tenho um livro fantástico de adestramento! (se quiser emprestado, inclusive...)
bjos

tha disse...

Obrigada, vou precisar de sorte mesmo!

Rê, eu quero o livro emprestado sim!