21.2.08

primo 4

Dando continuidade à semana melancólica...

Esses dias eu lembrei muito da minha vó Miss, a montanha, e da minha tia D. Mas quando eu lembro da tia D, nem sempre me faz bem. Porque, claro, eu só lembro de coisas boas dela, mas aí fatídicamente eu acabo pensando nos meus primos. Se eu fosse enumerar meus primos por parte de pai, seria assim: eu usaria uma ordem de idade, sendo "Primo 1" o mais velho e "Primo 4" o mais novo. Por coincidência, os dois mais velhos são irmãos e os dois mais novos também - estes, filhos da tia D.

Eu amo meus primos todos, mas hoje vou falar novamente do Primo 4, de quem eu falei brevemente num outro post. Porque quando minha tia estava nos seus últimos dias, deixando 3 filhos (os Primos 3 e 4, e a Priminha) com 22, 21 e 10 anos, respectivamente, eu sofria mais por eles do que por ela. Sabe, ela já vinha sofrendo muito e de certa forma ela estava indo descansar. Mas os 3 já não estavam aceitando bem aquilo mesmo antes de ficar visível que ela iria falecer, eu não conseguia imaginar se eles iam conseguir superar.

O Primo 3 me preocupa muito, pois eu não faço a menor idéia de como ele está hoje, um ano e meio depois. Mas ele sempre foi muito fechado, e eu sempre achei que ele era o mais forte dos três. A Priminha parece que amadureceu uns 5 anos desde então, acho que no fim das contas pra ela foi bom acabar logo o sofrimento. Mas o Primo 4... Esse corta meu coração.

Vou dizer como ele era antes. O Primo 4 era um tagarela extrovertidíssimo. Se eu levava uma amiga na casa dele, o Primo 3 sumia e o Primo 4 já começava a puxar conversa. Eu sempre me espantava com a facilidade que ele tinha para gerar conversa. Nunca tinha silêncio onde o Primo 4 estava presente. Ele estava sempre conversando ou fazendo alguma brincadeira. Só que mais do que isso, desde muito pequenos, nós dois nos dávamos muito bem. Muito mesmo, uma coisa assim, absurda.

Quando minha tia piorou da doença dela, os Primos 3 e 4 começaram a ficar rebeldes. Beeeem rebeldes. E eu acabei me afastando um pouco dos dois. Mas até aí, eu só estava preocupada com a saúde deles.

Hoje, o que me machuca mais, além de ainda me preocupar com a saúde dos dois, é que quando a minha tia faleceu, o Primo 4 mudou de personalidade. Porque agora, sempre que eu o encontro, fica aquele silêncio constangedor. E eu não sou uma boa geradora de conversa, esse era ele, sabe? Eu fico tentando puxar assunto e ele me responde com monossílabos. E isso me faz sofrer muito. E quando eu crio coragem (porque eu sou péssima nisso) e pergunto como ele está, ele me responde com um simples "bem", mesmo que eu insista. Só que eu conheço ele! Eu SEI que se ele estivesse bem mesmo, ele estaria me contando mil coisas, ou me perguntando mil coisas, ou relembrando mil coisas da nossa infância (a gente vivia fazendo isso). Eu sei como ele se porta quando ele está bem.

Mas eu não consigo imaginar o que vai ser de mim se ele continuar assim por muito mais tempo. Porque ele me faz muita falta.

Um comentário:

Anônimo disse...

pra que palavras? deixo aqui meu ombro, meu abraço, meu colo, minha companhia silenciosa.