26.1.08

causos: barbeiros, parte 3

Eu
Fazia pouco tempo que eu tinha tirado carta. Eu já tinha raspado a lateral do carro no portão e meu pai já não estava muito alegre com isso.

Certa vez eu fui buscar o aspirante a marido (hoje, mais conhecido como: marido) no apartamento dele. A gente ia em uma festa ou algo do tipo. O cara que morava com ele me disse que ele ainda estava no banho, então eu subi pra esperar. Quando o aspirante a marido ficou pronto, descemos e constatamos que o carro não estava mais lá. Pronto, roubaram o carro, pensei. Aí o aspirante apontou.

Alguns metros rua abaixo, estava meu carrinho amassado de encontro a uma árvore. Eu tinha esquecido de puxar o freio de mão.


Pai
Meu pai era estudante e usava o carro da minha vó. Ela era muito brava, a vó Miss. Fazia um tempinho que o carro estava no conserto, pois, de acordo com meu pai, tinha dado um problema e a peça que precisava trocar estava demorando pra chegar. Na verdade, ele tinha batido o carro, e como ele estava pagando com o dinheiro das aulas que dava no cursinho, dava pra engambelar a mãe dele um pouquinho.

Quando ficou pronto, meu pai, todo feliz, foi na casa de um professor da faculdade dele. A casa ficava na maior ribanceira. Ele deixou o carro alí e entrou na casa do professor. Quando saiu, quase morreu. Pronto, roubaram o carro, pensou. Aí, o professor apontou. Lá, beeeem no pé da ribanceira, tipo morro abaixo mesmo, estava o carro, capotado. Praticamente perda total. Foi o freio de mão não puxado (acho que é de família...).

Claro que minha vó notou que o carro tinha voltado pro conserto. Ah, mas foi aquela peça, mãe, veio o modelo errado, eles vão ter que pedir outra. E lá se foram as economias dele.

Quando o carro ficou pronto de novo, meu pai resolveu ir num barzinho. No mesmo dia. Nesse dia ele conheceu minha mãe. E já se apaixonou*. Grudou nela que nem cola, ficaram horas conversando. Daí, ouviram um barulho de freios e uma batida. Meu pai correu ver o que era. Dois carros bateram, bem na frente do barzinho, e um dos carros parou a menos de um palmo do carro da minha avó. Meu pai ria, e passava a mão no pequeno espaço entre os carros e dizia: "Não bateu! Não bateu!".




*Também nesse dia, eles começaram a namorar, mas essa história eu conto em outro post.

2 comentários:

lu disse...

nossa. eu nunca esqueci de puxar o freio de mão estando no carro, mas uma fez, estacionando numa garagem, dei um "totó" na frente: tinha um cano, que estourou, e começou a vazar água. Morri de medo... parecia que eu tinha destruido o prédio.

tha disse...

Vou pesquisar, deve ter ocorrido algum evento semelhante na minha família... É uma coisa impressionante o que nós conseguimos fazer em posse de um carro.